domingo, 24 de abril de 2011

Ollanta Humala : El Proyecto Nacionalista parte 1


Ollanta Humala, candidato da esquerda, está no segundo turno das eleições para presidente do Peru contra a candidata da direita Keiko Fujimori, conheça um pouco do projeto nacionalista de Ollanta, por justiça social e um governo para o povo peruano.

sábado, 23 de abril de 2011

O factor Deus
Por José Saramago - Nobel da literatura


Algures na Índia. Uma fila de peças de artilharia em posição. Atado à boca de cada uma delas há um homem. No primeiro plano da fotografia um oficial britânico ergue a espada e vai dar ordem de fogo. Não dispomos de imagens do efeito dos disparos mas até a mais obtusa das imaginações poderá "ver" cabeças e troncos dispersos pelo campo de tiro, restos sanguinolentos, vísceras, membros amputados. Os homens eram rebeldes.

Algures em Angola. Dois soldados portugueses levantam pelos braços um negro que talvez não esteja morto, outro soldado empunha um machete e prepara-se para lhe separar a cabeça do corpo. Esta é a primeira fotografia. Na segunda, desta vez há uma segunda fotografia, a cabeça já foi cortada, está espetada num pau, e os soldados riem. O negro era um guerrilheiro.

Algures em Israel. Enquanto alguns soldados israelitas imobilizam um palestino, outro militar parte-lhe à martelada os ossos da mão direita. O palestino tinha atirado pedras.
Estados Unidos da América do Norte, cidade de Nova Iorque. Dois aviões comerciais norte-americanos, sequestrados por terroristas relacionados com o integrismo islâmico, lançam-se contra as torres do World Trade Center e deitam-nas abaixo. Pelo mesmo processo um terceiro avião causa danos enormes no edifício do Pentágono, sede do poder bélico dos States. Os mortos, soterrados nos escombros, reduzidos a migalhas, volatilizados, contam-se por milhares.

As fotografias da Índia, de Angola e de Israel atiram-nos com o horror à cara, as vítimas são mostradas no próprio instante da tortura, da agónica expectativa da morte ignóbil. Em Nova Iorque tudo pareceu irreal a princípio, episódio repetido sem novidade de mais uma catástrofe cinematográfica, realmente empolgante pelo grau de ilusão conseguido pelo engenheiro de efeitos especiais, mas limpo de estertores, de jorros de sangue, de carnes esmagadas, de ossos trilhados, de merda. O horror agachado como um animal imundo, esperou que saíssemos da estupefacção para nos saltar à garganta. O horror disse pela primeira vez "aqui estou" quando aquelas pessoas saltaram para o vazio como se tivessem acabado de escolher uma morte que fosse sua. Agora o horror aparecerá a cada instante ao remover-se uma pedra, um pedaço de parede, numa chapa de alumínio retorcida, e será uma cabeça irreconhecível, um braço, uma perna, um abdómen desfeito, um tórax espalmado. Mas até mesmo isto é repetitivo e monótono, de certo modo já conhecido pelas imagens que nos chegaram daquele Ruanda de um milhão de mortos, daquele Vietname cozido a napalme, daquelas execuções em estádios cheios de gente, daqueles linchamentos e espancamentos daqueles soldados iraquianos sepultados vivos debaixo de toneladas de areia, daquelas bombas atómicas que arrasaram e calcinaram Hiroxima e Nagasaqui, daqueles crematórios nazis a vomitar cinzas, daqueles caminhões a despejar cadáveres como se de lixo se tratasse.

De algo sempre haveremos de morrer, mas já se perdeu a conta dos seres humanos mortos das piores maneiras que seres humanos foram capazes de inventar. Uma delas, a mais criminosa, a mais absurda, a que mais ofende a simples razão, é aquela que, desde o princípio dos tempos e das civilizações, tem mandado matar em nome de Deus. Já foi dito que as religiões, todas elas sem excepção, nunca serviram para aproximar e congraçar os homens, que, pelo contrário, foram e continuam a ser causa de sofrimentos inenarráveis, de morticínios, de monstruosas violências físicas e espirituais que constituem um dos mais tenebrosos capítulos da miserável história humana. Ao menos em sinal de respeito pela vida, deveríamos ter a coragem de proclamar em todas as circunstâncias esta verdade evidente e demonstrável, mas a maioria dos crentes de qualquer religião não só fingem ignorá-lo como se levantam iracundos e intolerantes contra aqueles para quem Deus não é mais que um nome, nada mais que um nome, o nome que, por medo de morrer, lhe pusemos um dia e que viria a travar-nos o passo para uma humanização real. Em troca prometeram-nos paraísos e ameaçaram-nos com infernos, tão falsos uns como os outros, insultos descarados a uma inteligência e a um sentido comum que tanto trabalho nos deram a criar. Disse Nietzsche que isto seria permitido se Deus não existisse, e eu respondo que precisamente por causa e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o pior, principalmente o mais horrendo e cruel.

Durante séculos a Inquisição foi, ela também, como hoje os taliban, uma organização terrorista que se dedicou a interpretar perversamente os textos sagrados que deveriam merecer o respeito de quem neles dizia crer, um monstruoso conluio pactuado entre Religião e o Estado contra a liberdade de consciência e contra o mais humano dos direitos, o direito a dizer não, o direito à heresia, o direito a escolher outra coisa, que isso só a palavra heresia significa.

E, contudo, Deus está inocente. Inocente como algo que não existe, que não existiu nem existirá nunca, inocente de haver criado um universo inteiro para colocar nele seres capazes de cometer os maiores crimes para logo virem justificar-se dizendo que são celebrações do seu poder e da sua glória, enquanto os mortos se vão acumulando, estes das torres gémeas de Nova Iorque e todos os outros que, em nome de um Deus tornado assassino pela vontade e pela acção dos homens, cobriram e teimam em cobrir de torpor e sangue as páginas da História.

Os deuses, acho eu, só existem no cérebro humano, prosperam ou definham dentro do mesmo universo que os inventou, mas o "factor Deus", esse está presente na vida como se efectivamente fosse o dono e o senhor dela. Não é um deus, mas o "factor Deus " o que se exibe nas nota de dólar e se mostra nos cartazes que pedem para a América (a dos Estados Unidos e não a outra...) a benção divina. E foi o "factor Deus" em que o deus islâmico se transformou que atirou contra as torres do World Trade Center os aviões da revolta contra os desprezos e da vingança contra as humilhações. Dir-se-á que um deus andou a semear ventos e que outro deus responde agora com tempestades. É possível, é mesmo certo. Mas não foram eles, pobres deuses sem culpa, foi o "factor Deus", esse que é terrivelmente igual em todos os seres humanos onde quer que estejam e seja qual for a religião que professem, esse que tem intoxicado o pensamento e aberto as portas às intolerâncias mais sórdidas, esse que não respeita senão aquilo em que manda crer, esse que depois de presumir ter feito da besta um homem, acabou por fazer do homem uma besta.

Ao leitor crente (de qualquer crença...) que tenha conseguido suportar a repugnância que estas palavras provavelmente lhe inspiram, não peço que passe ao ateísmo de quem as escreveu. Simplesmente lhe rogo que compreenda, pelo sentimento se não puder ser pela razão, que, se há Deus, há só um Deus, e que, na sua relação com ele, o que menos importa é o nome que lhe ensinaram a dar. E que desconfie do "factor Deus". Não faltam ao espírito humano inimigos, mas esse é um dos mais pertinazes e corrosivos. Como ficou demonstrado e desgraçadamente continuará a demonstrar-se.

José Saramago - Nobel da literatura
(Transcrição do jornal "Público" de 2001/09/18)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mais um absurdo sobre o transporte público em Porto Alegre

O MP do RS descobriu que as empresas de ônibus que atendem Porto Alegre estão sem contratos de licitação desde 1989, ou seja, há mais de 20 anos que os empresários do transporte operam na ilegalidade em plena capital gaúcha. Enquanto isso, quem paga o pato são os trabalhadores e a população portoalegrense, com um serviço de péssima qualidade e tarifas exorbitantes. Até quando teremos que arcar com esse sistema perverso de transporte público que sacrifica os mais pobres em detrimento dos lucros de meia dúzia de empresários???

sexta-feira, 8 de abril de 2011

chico science e nacao zumbi-maracatu atomico



Chico Csience, na minha modesta opinião, foi um dos maiores artistas brasileiros. Precursor do mangue beach, colocou o maracatu e a música pernambucana em evidência.

Muito além de um estilo músical, o mangue beach, com sua batucada envolvente, representa um movimento cultural forte, que brota do seio dos manguezais pernambucanos, de onde muitos trabalhadores tiram seu sustento na coleta do carangueijo.

Chico Science transformou a essa dura realidade do povo brasileiro em uma das mais incríveis manifestações culturais contemporâneas, fica minha homenagem a este grande artista brasileiro que persiste através da sua obra até os dias de hoje.

Chico Science - Maracatu Atômico

Chico Csience, na minha modesta opinião, foi um dos maiores artistas brasileiros. Precursor do mangue beach, colocou o maracatu e a música pernambucana em evidência.
Muito além de um estilo músical, o mangue beach, com sua batucada envolvente, representa um movimento cultural forte, que brota do seio dos manguezais pernambucanos, de onde muitos trabalhadores tiram seu sustento na coleta do carangueijo.
Chico Science transformou a essa dura realidade do povo brasileiro em uma das mais incríveis manifestações culturais contemporâneas, fica minha homenagem a este grande artista brasileiro que persiste através da sua obra até os dias de hoje.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

FÓRUM DA IGUALDADE uma outra comunicação é necessária. Porque não há liberdade sem igualdade.

A coordenação dos Movimentos Sociais do Rio Grande do Sul realizará nos dias 11 e 12 de abril de 2011, no Auditório Dante Barone, o l Fórum da Igualdade, nesta primeira edição  será debatido a DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E O MARCO REGULATÓRIO. A idéia central deste l fórum é ser um contraponto ao fórum neo liberal da liberdade . Foram convidados painelistas e debatedores de renome nacional para este evento e vamos ter várias oficinas tratando deste tema.

 

11/Abril (segunda-feira)

TURNO DA MANHÃ: Instalação das redes alternativas de comunicação, exposições (espaço Vestíbulo Nobre/AL);

12h30m‑13h30m: Programação Cultural
13h30m: Mesa de Abertura
Coordenador: Celso Woyciechowski
Autoridades

14h-16h: DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E O MARCO REGULATÓRIO
Coordenador: Celso Woyciechowski
Panelistas:
Venício Lima
Leandro Fortes

Debatedores:
Rosane Bertotti
Celso Schroeder

16h‑17h30: A BLOGOSFERA PROGRESSISTA E O AI-5 DA INTERNET
Panelistas:
Marcelo Branco
Maria Frô
Marco Aurélio Weissheimer
Eugenio De Faria Neves

17h30m-21h: ATIVIDADES AUTOGESTIONÁRIAS (Oficinas)

12/ABRIL (terça-feira)

8h‑12h: DEMOCRATIZAÇÃO DA DEMOCRACIA: Existe Liberdade sem Igualdade?
Panelistas:
João Pedro Stédile
Pedrinho Guareschi

Debatedores:
Vito Gianotti
Verena Glass

13h30m‑16h: Painel PAPEL DO ESTADO E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.
Painelistas:
Altamiro Borges
Vera Spolidoro
Bia Barbosa

16h: MARCHA DA IGUALDADE E ATO DE ENCERRAMENTO NO GLENIO PERES
Trajeto:
Dinâmica: ato político, leitura da carta de Dacar
Praça da Matriz, Riachuelo, Borges, Largo Glênio Peres

Durante os dias do Fórum teremos no espaço Vestíbulo Nobre, da AL (ante-sala do Auditório Dante Barone) rádios web, exposição fotográfica, humor gráfico....

http://www.forumdaigualdade.org.br/